No concelho de Oleiros existem inúmeros moinhos de água ao longo das margens das ribeiras. Estes constituem um marco distintivo da paisagem rural, criando ambientes de rara beleza.
Evidenciando sabedoria e técnica popular no aproveitamento das potencialidades do meio envolvente, são movidos pela força da corrente das ribeiras.
A água, força motriz deste engenho, é canalizada em levadas e impulsiona o sistema que faz mover o rodízio/azenha, fazendo rodar a mó. A mó, por sua vez, tritura as sementes, transformando-as em farinha. Este precioso pó é então ensacado para dar origem ao pão de trigo, de centeio, de mistura e à broa de milho.
A proliferação destas construções rurais esteve a par da introdução da cultura do milho na região. Podiam ser pertença de um proprietário singular, funcionando como pequena indústria transformadora; ou a um grupo de proprietários, normalmente familiares, tendo cada um o seu quinhão.
Sendo a região rica em água e terrenos xistosos, que a retêm, evidencia-se aqui um outro uso alternativo deste recurso, para além do aproveitamento em termos agrícolas.
Estes moinhos são pequenos edifícios de xisto construídos sob a levada, tendo todo este património enormes potencialidades de criar aprazíveis locais destinados ao lazer e à cultura, por exemplo.
Associados a estas construções de xisto, observam-se açudes que aqui se edificam de modo a manter o nível da água. Este magnífico enquadramento constitui uma paisagem bucólica, propícia para relaxar e descansar.
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